Foto: Nivaldo |
As reposições acontecerão a partir de Junho, alguns sábados terão aulas e certos recessos também estão previstos no novo calendário. O ano letivo terminará, provavelmente no dia 22 de Dezembro, não tão diferente em relação ao calendário previsto no inicio do ano. “Não tivemos dificuldades para planejar os dias parados, tentamos respeitar as individualidades de cada instituição escolar e levar o melhor para os nossos alunos”, afirma o Professor Elivander Mendonça, membro da Comissão.
Na ocasião, vários professores relataram suas experiências de diversas instituições escolares diante dos dois dias de aulas (quinta e sexta), depois da suspensão da greve em Minas Gerais. “Quando comecei a falar da greve nas salas para meus alunos, notei que maioria deles está do nosso lado, raridade encontrar algum com oposição ao ato grevista. Nossos alunos têm compreensão da atual situação em que passamos como professores em Minas Gerais. Nossos colegas, todos que estiveram de verdade empenhados com a greve, explicaram e relataram as diversas atitudes e caminhos do movimento de greve no estado para os alunos. Os alunos, até fiquei impressionado com os vários questionamentos sobre a greve, eles estão muito curiosos para saberem se conseguimos nossas reivindicações, isso demonstra o nosso poder que a greve teve para o governo e que refletiu nas opiniões dos estudantes e de toda a sociedade”, ressalta o professor Huender Franco, da rede estadual de Monte Carmelo. Crystiane Coelho de Castro, 16 anos, estudante do 2º ano (Ensino Médio) em Coromandel, da Escola Estadual “Joaquim Botelho” disse ao repórter Juan Wagner Honorato em relação às atitudes dos professores “sou completamente a favor da greve dos professores. Acho uma falta de consideração com essas pessoas que são tão importantes para a nossa sociedade, são até mais importantes que certos deputados, governadores, prefeitos e outros, que não nos passam nenhum tipo de conhecimento e somente demonstram atos de corrupção. A única coisa que aprendemos com eles é o desrespeito, a corrupção mesmo. Que triste... assim estão ricos por apenas não fazerem nada que possa mudar a nossa sociedade. Ao contrário dos professores que nos passam sabedoria, educação, respeito e tudo relacionado aos valores e morais e o que eles ganham não podemos chamar de salário. É vergonhoso pra quem fala que isso é salário. Acho que eles devem receber aumento sim, pois são as únicas pessoas que pensam na educação da nossa sociedade, querendo formar pessoas com cidadania e com conhecimentos verdadeiros, para que nós consigamos viver em sociedade de forma conhecedora de nossa realidade. Queremos professores com diploma e com valorização profissional, imagina daqui uns anos, quem vai dar aulas para a geração atual? É difícil até de responder, pois muitos já estão largando de dar aulas, que pena viu, fico triste com isso. Claro, não tem valorização governamental, o jeito é buscar novos rumos. Imagina quais profissionais que irão entrar nas salas brevemente, se a situação não melhorar, tenho até medo de pensar... Mas eles, os governantes, querem mesmo, alunos conscientes e críticos em sociedade? A vocês, sim, os vencedores de verdade, o país chama por vocês, meus professores”.
Aqui relatei de forma total as palavras dessa aluna, que mostrou seu questionamento de forma tão simples e que destacou o valor que os profissionais da educação merecem, parabéns pelas suas palavras Crystiane.
Foto: Nivaldo |
Ainda na reunião aqui em Coromandel, que durou por mais de duas horas, fatores determinantes destacados foram às conquistas da greve para a categoria, os professores afirmam que tiveram grande recepção dos alunos no retorno às aulas, ressaltam as vitórias que obtiveram, especialmente dos alunos. “Tivemos momentos de reflexão e de debate com os alunos nesses dias, eles estão curiosos para saberem das conquistas e demonstram interesse pela categoria dos professores. O mais importante que observei foi que eles mesmos falam da falta de valorização profissional diante dos governantes para com os professores, isso nada paga, de ver o empenho dos alunos em nossa defesa”, conclui Nivaldo Assunção, professor da Escola Estadual “Alírio Herval”. Isso mesmo Professor Nivaldo, temos que colocar na mente dos alunos a importância da liberdade de expressão, onde eles podem opinar e apontar suas sugestões, vivemos em uma democracia, a liberdade de questionamentos deve ser marcante em nossa sociedade. E quem dissemina e articula essas informações, os professores, a vocês o meu respeito.
Com as sábias palavras de Jean Piaget termino essa matéria “a principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
Juan Wagner Honorato
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